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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Steaks, drawings and other stories - Fagundes Vasconcelos, Junho/ Agosto 2012



O Museu de Arte Contemporânea do Funchal, apresentou entre junho e agosto de 2012 uma exposição do artista plástico Marco Fagundes Vasconcelos. Projeto que incluiu desenho, vídeo e performance, no qual participaram o arquiteto e ator Carlos Ferreira (Guida Scarllaty) e o artista plástico Adrien Vermont. Foi distribuído aos visitantes uma brochura ilustrada, com as respetivas biografias dos intervenientes e um conjunto de textos interpretativos da autoria de Carlos Valente, Rui Reininho, André Teodósio, Susana Gaudêncio, Sophie Eberard, Peter Shuy e Filipa Venâncio. Sobre a obra deste artista Carlos Valente destaca: “São figuras do grotesco, do caricato, e de um corpo transviado por proporções teatralmente mascaradas, a que o artista nos vem habituando. As histórias de escárnio e bizarria, em suspenso, são narrativas prestes a começar. Os rostos perversos, ambíguos, solenes, desafiam-nos com a sua estranheza quase circense”.
Museu de Arte Contemporânea do Funchal

A montagem, a pré-fabricação, a construção e transformação farão sempre parte de uma vertente hedonista e deducional no meu trabalho. Diverte-me o diálogo que improviso sistematicamente entre mim, o objeto, a matéria-prima rude, a textura, o traço mesmo que invisível, a estrutura, a escala desmensurada, o significado, o significante, o assunto espontâneo. Assumo um prazer momentâneo e efémero quando coloco, colo, risco, rasgo, desenho, esboço respostas imediatas, quando vacilo e interrogo o imprevisível, o desconcertante… Pouco significado tem para mim se a história tiver um princípio, um meio e um fim…mesmo vivendo nessa incontornável condição! O espaço enquanto panorama, cenário, tem de ser provocador, incitante, por vezes redundante, supérfluo, pavoroso, assustador, contudo eminentemente estético. Atrai-me definitivamente conceitos hollywoodescos, muitas vezes pirosos, descontextualizados, espelhando alguns parágrafos sociais, alguns ingredientes reais e artificiais! Satisfaz-me mais a operação enquanto proposta, o esquisso encarado como definitivo, aniquila-me o projeto pré-estabelecido, o timing de resolução/solução com antevisão prolongada. Definitivamente é no extemporâneo, no imprevisto que seleciono rapidamente a decisão. Será nesta condição (cláusula) de desassossego que o meu trabalho se desenvolve e fortalece. O gozo e a sedução de estereotipar seres abjetos, decadentes, cadivos, “fora de prazo" são impreteríveis, simulando assim um novo protótipo, para uma nova carranca fisionómica. 
Fagundes Vasconcelos 2012

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