MACGaleria, o que é?

Em MACGaleria, são publicados periodicamente dados informativos que procuram servir como complemento da actividade expositiva exercida por esta instituição. Navegando pelos diversos posts, o utilizador poderá encontrar informação relativa aos últimos onze anos de acção museológica desenvolvida pelo MAC junto da comunidade.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Arte Partilhada Millennium bcp - ( 17 de Novembro de 2009 a 17 de Janeiro de 2010)

O Museu de Arte Contemporânea do Funchal, apresenta ao público uma mostra de pintura portuguesa itenerante, da colecção Millennium bcp, a partir do próximo dia 17 de Novembro que contará com a presença de obras de: António Silva Porto, José Malhoa, José Júlio De Sousa Pinto, Columbano Bordalo Pinheiro, Eduardo Viana, Amadeo De Souza-Cardoso, Carlos Botelho, Dordio Gomes, José De Almada Negreiros, Maria Helena Vieira Da Silva, Joaquim Rodrigo, João Hogan, António Dacosta, Júlio Resende, Nadir Afonso, Mário Cesariny, António Charrua, Menez, Manuel Cargaleiro, Júlio Pomar, Carlos Calvet, Jorge Pinheiro, Nikias Skapinakis, Eduardo Luiz, António Costa Pinheiro, João Vieira, José Escada, René Bertholo, Paula Rego, Ângelo De Sousa, Manuel Amado, Eduardo Nery, Álvaro Lapa, José De Guimarães, Jorge Martins, Luís Noronha Da Costa, Eduardo Batarda,Armanda Passos,Pedro Chorão,António Palolo,Graça Morais. Esta mostra poderá ser visitada até ao dia 17 de Janeiro do próximo ano.


O Grupo Millennium bcp dispõe de um património cultural considerável e diversificado, com especial incidência na pintura.Decidimos materializar esta ideia de, começando pela pintura, partilhar com outros públicos uma parte do nosso acervo, difundindo a arte em espaços variados e proporcionando assim a sua fruição por pessoas que de outro modo não teriam oportunidade de a ele aceder. Para tanto, iremos fazer circular pelos principais centros populacionais do País uma selecção de cerca de quatro dezenas de quadros de autores portugueses da nossa colecção e cuja produção se situa entre os anos 1884 e 1992.
Esta escolha contempla, para o período em referência, alguns dos maiores nomes da pintura portuguesa e cobre em especial os designados movimentos naturalista, modernista e de arte contemporânea, embora com predomínio deste último. A responsabilidade do critério básico da selecção – uma obra por artista de acordo com as possibilidades da colecção e a relevância histórica e crítica dos autores possíveis cujo lugar de entrada é o da data de nascimento – é do Banco e em primeira e última análise minha que, nesta matéria, sou sobretudo um amador interessado.

Carlos Santos Ferreira
Presidente do Conselho de Administração Executivo
do Millennium bcp

UM SÉCULO DE PINTURA PORTUGUESA

A selecção extensiva que aqui se apresenta recordará a lógica das exposições colectivas que já não se fazem mas foram tão importantes no desenrolar da modernidade, tendo ainda outra vantagem: pôr à disposição dos públicos a grande aventura da pintura europeia desde meados dos século XIX, quando a estética naturalista exigiu aos artistas representar, não a beleza idealizada do classicismo, mas as gentes e as paisagens de um lugar e de um tempo concretos. Postos perante a natureza, os pintores viram-se confrontados com a variabilidade da realidade e a impossibilidade de a registarem mimeticamente, tendo em conta a diversidade dos momentos cromáticos e lumínicos, dos pontos de vista e dos enquadramentos. A grande aventura será então questionar ou destruir, nas telas, essa impossível realidade, contrapondo-lhe a estilização ou a depuração. Esse foi um caminho de múltiplos sentidos que conduziu à abstracção e, depois, a
uma infinidade de modos de fazer jogar a pintura não tanto com a realidade mas com as nossas ideias sobre ela que arrastam sonhos, pesadelos, plenas invenções oníricas ou a indagação sobre as estruturas geométricas de um mundo excessivamente vacilante. Há, nos pintores do século XX, qualquer que seja o movimento em que participam, o desejo que a pintura fale sobretudo de pintura e não tanto das coisas que a concretizam, à semelhança dos músicos que nos comunicam emoções e sentimentos, através dos recursos da própria música, tons, ritmos, interrupções,
retomas, rimas, altos, baixos.

Raquel Henriques da Silva
Professora de História de Arte



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Preâmbulo - ( 10 de Julho a 30 de Setembro de 2009)

O Museu de Arte Contemporânea do Funchal, inaugurou no passado dia 10 de Julho, a exposição Preâmbulo, evocativa da fundação da Academia de Música e Belas Artes da Madeira e de Homenagem aos seus antigos professores Mestres Pintor Arnaldo Louro de Almeida e Escultor Pedro Anjos Teixeira. Esta mostra, da qual será realizado um catálogo, patrocinado pela Câmara Municipal do Funchal, no qual se reunirá textos de Irene Lucília, Pintores Alice de Sousa e Jorge Marques da Silva e da própria comissão, biografias dos participantes, e reprodução das obras dos 40 intervenientes, alguns antigos discípulos, professores e colaboradores dos Mestres Pintor Louro de Almeida e do Escultor Anjos Teixeira (Ara Gouveia, Adriana Telmo, Alice de Sousa, Ana Manuela Oliveira, Ana Sousa, António Marques da Silva, António José Pinto, António Rodrigues, Benvinda Figueira da Silva, Dalila Camacho, Daniela Silva, Dina Pimenta, Élia Pimenta, Elisabete Nunes, Fernanda Pereira, Fernão Saúl do Carmo, Gilda Serrão, Irene Lucília, Isabel Natal, Jorge Marques da Silva, José Manuel Mota Pimenta, Luíza Clode, Luz Correia, Fátima Castanheta, Francisco Simões, Ilídia Gonçalves, Leonor Clode, Manuel Castannheta, Manuela Aranha, Maria Helena Leça Ferraz, Margarida Lemos Gomes, Ricardo Pinto, Ricardo Veloza, Sara Portugal, Fernando Lemos Gomes, Tomás Silva, Clementino Camacho, Teresa Brazão Câmara).
Poderão igualmente ser vistos trabalhos do Escultor Anjos Teixeira, que deixou importante obra de escultura pública na ilha da Madeira, e do Pintor Arnaldo Louro de Almeida, referenciando-se deste autor a obra Nazaré, quadro vencedor do Prémio José Malhoa.
Preâmbulo, reune trabalhos de escultura, pintura, desenho, gravura, fotografia e testemunhos biobliográficos, documentando, deste modo, toda a actividade e importância que teve a fundação desta instituição de ensino artístico para a cidade do Funchal.
A comissão organizadora afirma em texto introdutório: “ Não vejamos nesta mostra nem um rebate de saudosismo, nem uma pretensão de afirmar múltiplas personalidades, mas somente uma necessidade de referênciar factos com inserção histórica na vida de algumas gerações de madeirenses”.
Também Irene Lucília, evocando os Mestres Louro de Almeida e Anjos Teixeira registou: “ A estes professores se deve o que talvez justifique, pelo que, em cada um em particular, significou a passagem por esta Escola, o contacto com as disciplinas artísticas e o conhecimento que através delas terá determinado eventuais comportamentos em suas vidas”.
Esta exposição que se assume como testemunho, documento e lembrança de um tempo, pioneiro e profícuo do ensino das Artes Plásticas na Madeira, procura também, nunca é de mais recordar às novas gerações, a personalidade de dois dos seus antigos professores, Pintor Louro de Almeida e Escultor Anjos Teixeira, ambos tendo deixado pela sua competência pedagógica, profundidade da sua cultura, obra e carácter, marcas visíveis nos seus antigos discípulos e colegas e igualmente na vida cultural funchalense nos anos 60/70 do século passado.
Esta exposição poderá ser vista até ao dia 30 de Setembro, no horário habitual do Museu, podendo serem marcadas visitas guiadas através do Serviço Educativo do MAC.


Junho de 2009



José de Sainz-Trueva



Museu de Arte Contemporânea do Funchal

domingo, 23 de agosto de 2009

Andar Modelo - Filipa Venâncio (15 de Maio a 30 de Junho de 2009)

Filipa Venâncio manifesta, no seu largo currículo
artístico, uma insistente exploração da pintura cujo tema são os espaços interiores e os objectos que lá podem ser encontrados. Trata-se de uma pintura que não representa o ser humano, nem o corpo, nem a figura, mas que os refere constantemente através dos interiores solitários, porém vivenciados, de modo tácito, por pessoas. Quando a artista aproxima o olhar aos pequenos objectos do quotidiano, fá-lo de modo a potenciar referências históricas, pessoais e sociais, que remetem para o universo pop da dignificação do aparentemente banal, enquanto produto de massas. E potencia também essas referências através da recuperação simbólica de objectos e atitudes esquecidas, mas carregados de intensa significação poética.
Mais uma vez, operando uma síntese, Filipa usa de espaços e de objectos, e desconstrói a identidade da casa, nesta instalação «com pintura e tudo» (citando aqui a exposição de Isabel Santa Clara, na casa-Museu Frederico de Freitas, nos anos 90). A artista propõe um percurso pelo espaço que se (in)alterou com o tempo, e que de fortaleza passou a ser museu. Agora nem casa, nem apartamento, nem fortaleza, mas ainda museu ­– no que de museu há na atitude de arrumação dos objectos expostos, de modo a criar um ambiente semiótico conciso.
O diálogo entre a pintura, enquanto objecto pendurável que faz parte do espaço interior que se habita, e os móveis que se usam, é um diálogo circular, num confronto em espiral entre a representação e a realidade matérica (da pintura e dos objectos). Povoa-se o vazio das paredes e do chão com uma vibração cromática e volumétrica que pontua o espaço de um modo, dir-se-á, supenso. Seguindo caminhos já apontados em outras mostras, a artista joga aqui com a deslocação, com a interferência e com o acumular de memórias descontextualizadas q.b., criando uma estranheza formada de vários tons e nuances diversificadas, ao longo das «assoalhadas» vestidas de casa.
Neste contexto, a participação de Carlos Valente (eu) introduz o movimento e o tempo da imagem vídeo, a imagem do outro (que sou eu), a imagem de quem observa e prolonga o seu ponto de vista crítico – verbalmente concretizado nestas linhas – acerca da exposição, na exposição mesma. O vídeo acontece numa peça de mobiliário, um televisor de ecrã plano. Trata-se também de um equipamento que pertençe a essa mesma familia de objectos concebidos para ocupar espaços caseiros, e não só.
O design de interiores está «quase» presente graças à construção de pequenos apontamentos de ambiente. A colaboração da loja Intemporâneo, enquanto fornecedor activo no projecto, com a artista enquanto cliente real, permitiu a obtenção de ambientes que não recriam uma loja de mobílias e nem sequer uma casa, mas que se situam no limbo. Permanecem a meio caminho entre o espaço de exposição comercial de bens móveis, de mesas, cadeiras, tapetes e candeeiros e o espaço eternamente provisório que é o lar.
O choque é subtil, no confronto entre o novo e a tradição. Este «medir de forças» entre peças de mobiliário reflecte-se na pintura que, ironicamente, coloca em jogo diferentes «choques-subtis» de relação. O diálogo entre peças de diferentes procedências estilísticas e temporais, quer presentes quer representadas, faz-se com algum humor e com forte gosto retro, bem patente nas escolhas da artista e que, certamente, encontramos ao longo do seu percurso artístico.
Nas pinturas ninguém habita os espaços, a não ser mediante figuras contidas em objectos-imagem, como num televisor. Cada quadro lembra um estudo, uma hipótese de arrumação, ou talvez uma presença de outrora; uma ocupação perdida no imaginário de um tempo impossível de mapear, porque fictício. O deambular pelo(s) andar(es) sugere um modelo de habitação expandido, formado por habitáculos ora contíguos, ora interrompidos por zonas de ligação austeras e despojadas de intervenção.
Filipa Venâncio apropria-se da outrora-fortaleza-agora-museu e propõe-nos um olhar filtrado pelo enmascaramento dos objectos: criando funções inacabadas, esboços de estar, de descansar, de esperar, de comer, de dormir, qual sonho (im)puro e diluído, como aqueles que temos de vez em quando e que nos deixam a sensação dúbia de termos estado ali, com toda a nitidez do mundo real mas, irremediavelmente, num sonho.



Carlos Valente
Maio 2009



Esta mostra poderá ser vista até ao próximo dia 30 de Junho.




Museu de Arte Contemporânea do Funchal

sábado, 22 de agosto de 2009

Do oVo ao Voo - Ricardo Barbeito

“memória ao contrário”

“Registar / nessa memória / ao contrário /
de trás / para diante / as palavras /
e depois / soletrá-las / do fim para o princípio”

Carlos de Oliveira, Trabalho Poético
# ao contrário

Sem fim nem princípio, observe-se uma linha de forma elíptica, desenhada a carvão: é uma figura que parece suspender a linearidade e a gravidade da caligrafia (e da leitura) e representa (desenhando-o) um 0VO.
Levante-se o olhar ao encontro de duas linhas oblíquas, unidas por um ponto convergente: contraponto quase vertical da anterior figura circular, esta letra parece unir os caracteres da palavra de que é centro, OVO.
Desalinhe-se a ordem da leitura para que se possa ver “ao contrário / de trás / para diante / a[ ] palavra[ ]”. Espanto ou espelho, é uma e a mesma palavra, som a som, como eco, um anagrama: ovo/ovo. Trata-se, portanto, de uma palavra – manuscrita e desenhada –, inscrita para ser lida e vista.
Em dois tempos, aqui parece estar precisamente o coração da metáfora que este corpo orgânico (o ovo) contém. Por um lado, a representação manuscrita que lhe dá forma legível é, ela própria, circular, pois permite uma leitura inversa à da ordem linear da escrita. Por outro, a duplicação do nome (virtualmente ao infinito) – ovoovo – permite revelar, inscrita naquela continuidade sonora, o princípio da história que a exposição “Do ovo ao voo” conta. Experimental e ludicamente, o jogo verbal observado parece aclarar, então, o jogo visual de que decorre o conceito que Ricardo Barbeito entreviu na palavra e na figura do ovo.

# memória

Cubos como casas, casas como cubos. Tabuleiros de ovos sem ovos. Estruturas modulares e tridimensionais, de madeira e de metal, em escada. Em escala (quase) humana.
Por contraste com a unidade orgânica do ovo, que contém um embrião animal (invisível aos nossos olhos), os variados maquinismos de produção por que o ovo transita são construções engendradas (diga-se assim) artificialmente.
Nesta instalação – que pode eventualmente ser interpretada como uma (hipótese de uma) narrativa do movimento e da invisibilidade – os mecanismos, vazios, parecem aludir a uma presença dos ovos a que (não) nos é permitido aceder. Daquele passado permanecem sons e luzes, audíveis e visíveis, sombras ou halos como memória da passagem (alada) das criaturas geradas ab ovo.

# “do fim para o princípio”

Assim como no centro da palavra (reiterada) que gera a ideia desta exposição contém em si mesmo uma promessa de movimento – ovoovo –, também a presente instalação parece reenviar, sala a sala, passo a passo, para o processo (contínuo) de criação (natural e humana).
De facto, por um lado, a articulação (desencontrada no espaço) das várias peças instaladas permite pôr a nu o processo de criação avícola. Por outro, a dialogar com estas estruturas mecânicas, são expostos desenhos (a grafite) e exercícios gráficos que recorrem ao jogo visual com a palavra ovo.
Do nascimento e da eclosão permanecem rastos (cascas) que contêm a memória do embrião e vestígios do voo. Ou, melhor, em caminho inverso – “do fim para o princípio” – do voo, iniciado, invisível, ao ovo, permanecem apenas fragmentos, única realidade material deste processo.
Como se fosse impossível acompanhá-lo em tempo real ou interromper o devir criativo, a mão (a arte) representa o que na natureza muda (voa). Tal como o traço desenhado é único e irrepetível, assim cada recorte em cada casca de ovo é aleatório e diferente de qualquer outro. Talvez aqui se encontrem natureza e arte, no que têm de singular e original.


Diana Pimentel

Esta mostra poderá ser vista até ao próximo dia 18 de Abril.
Museu de Arte Contemporânea do Funchal

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Feitorias - (7 de Novembro de 2008 a 10 de Janeiro de 2009)

Cerca de 45 obras de arte de onze artistas plásticos portugueses poderão ser vistas de 7 de Novembro próximo a 10 de Janeiro de 2009 no Museu de Arte Contemporânea do Funchal – Fortaleza de São Tiago. Rui Chafes, Adriana Molder, Daniel Malhão, José Loureiro, Rui Vasconcelos, Daniel Blaufuks, João Cruz Rosa, Ana Jotta, Paulo Quintas, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, trazem ao Funchal um conjunto de trabalhos em filme, escultura, fotografia, desenho e pintura, alguns feitos intencionalmente para os espaços da Fortaleza de São Tiago, enquanto outros, pertencentes a diversas entidades (Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, colecção PLMJ, Museu de Serralves e colecções particulares) foram já apresentados noutras localidades de Portugal e estrangeiro.
As galerias Vera Cortez – Agência de Arte, Cristina Guerra - Contemporary Art, Galeria Graça Brandão, Lisboa 20 Arte Contemporânea, representam alguns dos artistas presentes em Feitorias.

Alguns destes nomes integram a colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal, como Rui Chafes, José Loureiro, João Cruz Rosa e Daniel Blaufuks. Esta exposição, denominada Feitorias, que se encontra em preparação à mais de um ano, e que pode ser considerada uma das mais importantes exposições de artes plásticas contemporâneas realizadas no Funchal nos últimos tempos, será comissariada pelo poeta e curador independente, Dr. João Miguel Fernandes Jorge, autor do texto do catálogo, que terá design de Vera Velez, fotografias, entre outros, de Laura Castro Caldas, Paulo Cintra e Daniel Malhão, numa tiragem limitada a 300 exemplares. Este catálogo regista também a lista de obras expostas e as biografias referentes a todos os participantes.
De entre os artistas presentes, alguns gozam já de enorme projecção internacional, como a dupla João Maria Gusmão & Pedro Paiva, que recentemente participou no programa Allgarve, tendo-lhes também sido dado grande destaque aquando da sua exposição Abissologia na Galeria do Torreão Norte da Cordoaria Nacional em Lisboa, ou o escultor Rui Chafes detentor de um prestigiado curriculum, convidado pelo Governo Português e pela Câmara de Champigny- sur-Marne para ser o autor de uma escultura, intitulada “ Venho de ti / Je Viens de Toi”, evocativa da Emigração Portuguesa em França, e que se encontra instalada perto de Paris, no Parc Departemental de Plateau. De Rui Chafes, representado no Museo Nacional de Arte Reina Sofia, de Madrid, foi publicado pela editora italiana Charta a sua primeira monografia internacional, com uma entrevista ao autor e um ensaio da crítica alemã Doris von Drathen.

De Adriana Molder, que nos apresenta três trabalhos nesta mostra, refira-se a sua recente participação na colectiva Bielefelder Kunstverein - Museum Waldhof, Alemanha, expondo actualmente em Madrid, na galeria Moriarty (Cavaleira), exposição que nos revela retratos de grandes dimensões, a tinta da China sobre papel, numa referência ao uso do rosto como imagem iconográfica pela sociedade contemporânea.
Daniel Blaufuks, Prémio BESphoto 2007, igualmente detentor de um extenso e importante curriculum de exposições em Portugal e no estrangeiro, poderão ser vistos vários trabalhos recentes das séries o Arquivista e Álbum.
De José Loureiro, que em 2007, na Cinemateca Nacional de Lisboa – Museu do Cinema, inaugurou uma exposição de desenhos originais em justaposição ao ciclo integral da obra de Carl Th. Dreyer, de que resultou um belíssimo álbum com textos de João Miguel Fernandes Jorge, Rui Vasconcelos, João Cruz Rosa, divulgados pela primeira vez no Funchal pela galeria Porta33, ainda Daniel Malhão e Paulo Quintas, estão presente 20 trabalho em óleo sobre madeira e tela, fotografia, aguarela, desenho e técnica mista.

Pertencentes a várias gerações, embora próximas, de alguns destes artistas foram organizadas importantes mostras como a que o Museu de Serralves dedicou a Ana Jotta, em 2005, intitulada Rua Ana Jotta, artista que actualmente expõe em Lisboa simultaneamente em duas galerias, no Espaço Chiado 8 (S/He is Her/e) e Galeria Lisboa 20 (21 Artistes Pour Demain).
Registe-se que, trazer ao MAC uma exposição desta envergadura, com altíssimos encargos referentes ao seguro das obras, transporte, catálogo, etc, só foi possível com o apoio orçamental da DRAC e igualmente de outras entidades como o Funchal 500 Anos, Farmácia da Nazaré, Restaurante do Forte e FeirExpo. Lamentando-se, contudo, a escassa participação, ao abrigo da Lei do Mecenato, de outras entidades, que, ao menos, como dever cívico deveriam participar mais activamente na vida cultural da cidade, possibilitando a criação de um permanente calendário de eventos e projectos de indiscutível qualidade.
Museu de Arte Contemporânea do Funchal

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

HORIZONTE MÓVEL, Artes plásticas na Madeira - 1960-2008

Numa cidade com a localização do Funchal, é vital manter o horizonte móvel, ou seja, fazer das partidas e chegadas a ocasião de saber de escalas e distâncias, de confrontar-se com o mundo. Inscrito no subtítulo, a palavra perspectiva denuncia uma escolha de entre muitas possíveis, legitimada pelo reconhecimento da pluralidade de olhares que fazem um espaço cultural.
A década de 60 surgiu de modo natural para balizar o início desta mostra, já que é nela que radica a génese do Museu de Arte Contemporânea, embora as incorporações de peças de produção local sejam mais tardias. Por isso se quis dar a ver o que então se fazia na ilha, ou até por vezes apesar dela, e provocar o diálogo entre o espólio do Museu e outras peças menos vistas de coleções particulares, alargando assim os contextos de leitura. Mais do que aspirar à exaustividade, procurou-se assinalar experiências e descobertas, às vezes sem continuidade, reveladoras de uma atenção particular à actualização de linguagens artísticas.
Quanto a efemérides, esta exposição enquadra-se nas comemorações dos 500 anos cidade do Funchal e boa parte do que nela se pode ver decorre de outra circunstância, os 50 anos de ensino superior artístico na Madeira que, a seu modo e com continuidade, tanto contribuíram para estimular quem faz e quem vê.


Isabel Santa Clara

Esta mostra poderá ser vista até ao próximo dia 25 de Outubro


Museu de Arte Contemporânea do Funchal

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

COLECÇÃO MACFunchal - (19 de Maio a 23 de Agosto de 2008)

As exposições rotativas do Museu de Arte Contemporânea do Funchal são uma forma privilegiada de dar visibilidade a uma vasta colecção de arte contemporânea portuguesa formada ao longo dos anos até aos dias de hoje. No âmbito do dia internacional dos museus a instituição seleccionou um conjunto de obras, escultura, pintura, desenho e fotografia numa amostragem de vários tipos de técnicas e materiais de alguns dos mais representativos artistas portugueses: Jorge Molder, Lourdes Castro, António Campos Rosado, Eduardo Batarda, Ilda David, João Cruz Rosa, Albuquerque Mendes, Jorge Queirós, Graça Pereira Coutinho, e muitos outros a que se associam artistas da Ilha da Madeira, (José Manuel Gomes, Filipa Venâncio, entre outros).

Esta mostra poderá ser vista até ao próximo dia 23 de Agosto.






Museu de Arte contemporânea do Funchal

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Património nas Escolas 2007/08

Património nas Escolas 2007/08 - Conhecer a cidade do Funchal, patente ao público de 16 a 27 de Junho, nas salas do piso térreo do Museu de Arte Contemporânea do Funchal. Mostra onde estão patentes alguns dos trabalhos realizados por alunos das diversas escolas da Região Autónoma da Madeira que participaram neste projecto.




Museu de Arte Contemporânea do Funchal

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ROTFLOL - rolling on the floor laughing out loud (28 de Março a 9 de Maio de 2008)

O Museu de Arte Contemporânea do Funchal inaugurou no passado dia 28 de Março, a exposição do artista plástico Marco Fagundes de Vasconcelos, ROTFLOL (rolling on the floor laughing out loud) constituída por pintura, desenhos, colagens e instalação.
Fagundes de Vasconcelos, nascido em 1968, é licenciado em Artes Plásticas / Pintura, pela UMA, sendo detentor de um alargado currículo de exposições e igualmente de alguns prémios. Estes seus recentes trabalhos, que agora encontram lugar certo nas paredes do Museu de Arte Contemporânea do Funchal, obrigam, pelo seu vincado e corrosivo humor e pela obsessão pelo desenho de figuras híbridas e fantásticas, a olhá-los como registo de um quotidiano de dúvidas e contrastes expressos nestas imagens que nos interrogam e desafiam.
O texto do catálogo é da responsabilidade de Isabel Santa Clara, docente na UMa, podendo esta mostra ser visitada no horário habitual do Museu até ao próximo dia 9 de Maio. Visitas guiadas, por marcação podem ser feitas através do telefone, fax e e-mail.




Museu de Arte contemporânea do Funchal

domingo, 16 de agosto de 2009

COLECÇÃO MACFunchal - (25 de Janeiro a 23 de Março de 2008)

Esculturas, desenhos, pinturas e fotografias, obras de Rui Chafes, Manuel Rosa, Fernanda Fragateiro, Patrícia Garrido, Gaëtan, Pedro Proença, Sofia Areal, Susanne Themlitz, Miguel Branco, Jaime Lebre, Alberto Carneiro e muitos outros, a que se juntam os artistas plásticos madeirenses Eduardo Freitas e Filipa Venâncio, podem ser vistas no MAC até ao próximo dia 13 de Março.
Todas as obras fazem parte da colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal, temporariamente seleccionadas para, rotativamente, divulgar a significativa colecção da instituição que inclui obras dos anos 60 até a actualidade.





Museu de Arte Contemporânea do Funchal

sábado, 15 de agosto de 2009

Fazer Falar o Desenho - (9 de Novembro de 2007 a 12 de Janeiro de 2008)

O Museu de Arte Contemporânea do Funchal inaugurou no passado dia 9 de Novembro a exposição Fazer Falar o Desenho, importante mostra que reúne trabalhos de sete jovens artistas plásticos portugueses, comissariada pelo Dr. João Miguel Fernandes Jorge, curador independente e autor de destacada obra literária, que tem trabalhado regularmente com o Museu de Arte Contemporânea do Funchal e com a Galeria Porta 33. É de sua autoria também a recente edição de um álbum referente à exposição de desenhos de José Loureiro na Cinemateca Portuguesa – Museu do Chiado, integrada no ciclo integral de cinema dedicado à obra de Carl Th. Dreyer a decorrer no mesmo local.



A exposição Fazer Falar o Desenho, que tem vindo a ser preparada desde 2005, reúne obras de André Banha, Jorge Feijão, Nuno Franco, Luís Nobre, Paulo Tuna, João Tengarrinha e do madeirense Rui Carvalho, cujo currículo regista exposições na Galeria 111, Lisboa, Porta 33, Casa das Mudas, Funchal, e Arco, Madrid, 2005. Dos artistas presentes, Jorge Feijão foi prémio Amadeo Souza Cardoso (aquisição), 2007.

Será editado um catálogo, em tiragem limitada de 300 exemplares, com texto e notas para cada autor, da autoria do comissário da exposição, sendo ilustrado com duas obras por artista, e cuja concepção gráfica é de Vera Velez.

Paralelamente à mostra de desenhos, Jorge Feijão fará uma intervenção nas duas celas da antiga cadeia, e de Luís Nobre poderá ser vista uma instalação no espaço designado de “antiga capela”.

Entendeu o Museu de Arte Contemporânea do Funchal que, embora sendo importante trazer ao espaço do museu obras e exposições de artistas já representados na sua colecção, e, deste modo, poder acompanhar o percurso e o trabalho de cada autor, é fundamental, agora, dar a conhecer uma nova geração de artistas plásticos portugueses, com um percurso que começa a ser reconhecido dentro e fora do país. Em presença está um conjunto de 29 desenhos emoldurados, duas instalações e mais alguns desenhos sem moldura, em permanente dialogo ou opondo-se entre si, cabendo a cada visitante, estabelecer ou não analogias ou familiaridades, que expressem modos diferentes de entender a sua prática.


A exposição pode ser vista até ao dia 12 de Janeiro de 2008, podendo os interessados contactar o Serviço Educativo do Museu para marcação de visitas guiadas.

Museu de Arte Contemporânea do Funchal

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lançamento do Livro "António Soares - 1916"

O álbum António Soares-1916, publicado pelas Edições Cão Menor, edição de luxo, com capa dura revestida a serapilheira, comemora os 90 anos de existência do álbum original, que foi utilizado por este pintor para desenhos e apontamentos. Trata-se do primeiro livro brochado alguma vez editado acerca deste pintor modernista, e consiste num álbum de desenhos da primeira fase da sua carreira (1916-1917), seleccionados e coligidos pelo seu irmão, Dr. Américo Soares, e que respeita as dimensões, grafismo e distribuição do original.

António Soares foi um dos maiores pintores modernistas de sempre. Amigo dilecto de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro e outros, tem a sua obra espalhada por todos os grandes museus e colecções privadas do país, contando, até agora, com cerca de 5000 registos no seu catálogo “raisonné”.
Expôs em Sevilha, Paris, Nova York, São Paulo, Bagdad, Madrid e Sá da Bandeira (Angola).
Em Dezembro de 1994, por altura do centenário do seu nascimento, em parceria com a Galeria Alvarez, do Porto, o MACFunchal, inaugurou uma importante exposição com obras deste pintor.

No próximo ano, o pintor terá uma exposição individual no Museu do Teatro, em Lisboa.

O lançamento está marcado para o dia 19 de Outubro de 2007, pelas 18.00h, no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, contando com a presença do autor da obra, Dr. Américo Soares, estando a apresentação da obra a cargo da Escultora Manuela Aranha.





Museu de Arte Contemporânea do Funchal

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

COLECÇÃO MACFunchal - (1 a 29 de Outubro de 2007)

Um conjunto de obras de autoria de Albuquerque Mendes, Pedro Proença, Graça Pereira Coutinho, Graça Sarsfield, Margarida Correia, Pedro Gomes, Manuel Baptista, Ana Vidigal, José Barrias, Ilda David, entre outros, todas pertencentes à colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal, podem ser vistas de 1 a 29 de Outubro. A prática das exposições rotativas procura mostrar a diversidade de obras da colecção do MAC, adquiridas desde os anos 60 até à actualidade.




Museu de Arte Contemporânea do Funchal

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

WHAT IS WATT? 2007

O evento artístico “What is Watt?” acontece pela 5ª vez, desde o seu inicio em 2001 realizado em vários espaços da cidade do Funchal, passou desde 2003, a realizar-se no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, tendo no ano passado sido apresentado no Fórum da Maia.

A primeira edição, em 2001, surgiu através do convívio e de afinidades territoriais entre alguns artistas. Tratou-se de um conjunto de artistas que apresentavam semelhanças na produção e no entendimento da obra de arte. Desde o primeiro momento a coesão do grupo remeteu para problemáticas artísticas inseridas no campo das produções da arte-técnica e na visualidade da obra de arte pela sua extensão tecnológica.

Na denominação deste projecto, a significativa interrogação “What is Watt?” questiona a contínua emergência dos meios de produção da obra de arte e assinala a interdependência da experiência artística que lhe está conectada.

Deste modo, trata-se de promover produções artísticas inter-mediáticas, em que a electricidade é assumida como um fluxo energético vital da operacionalidade do social e do acto artístico contemporâneo. A corrente eléctrica apresenta-se como um indispensável cordão umbilical e agente da realização da obra de arte, no intervalo que medeia a vida entre o estado on e off.

Neste sentido, todas as obras apresentadas, ao longo destes seis anos, remetem para processos abertos e experimentais de produção artística, que pressupõem como princípio basilar, que diferentes suportes materializam exponencialmente diferentes estratégias e respostas, e que cada resposta equaciona uma identidade estética através de conceitos e projectos pessoais dos artistas que os formalizam.

Este projecto, conta este ano com a participação dos artistas, Carlos Caíres, Carlos Valente, Catarina Pestana, Catarina Rocha, Celeste Cerqueira, Hugo Olim, Evangelina Sirgado, Fagundes Vasconcelos (primeira participação neste evento), Nídia Freitas, Pedro Pestana, Ricardo Barbeito (primeira participação neste evento), Silvestre Pestana e Vítor Magalhães.

Mostra a Inaugurar a 31 de Agosto, podendo ser vista até 15 de Setembro de 2007.
Museu de Arte Contemporânea do Funchal

terça-feira, 11 de agosto de 2009

" Zooming -Incursão em território minado" - Eduardo Freitas

Incursão escrita - a modo de zooming

Eduardo Freitas opera o gesto privilegiado da aproximação, que funda o universo do detalhe. Este olhar metafórico, proposto nos espaços específicos, e simultaneamente contínuos, da presente exposição, completa-se e demonstra-se nos espelhos, antecâmeras e filtros que nascem e renascem em cada imagem, reenviando para a matriz primordial: a amalgama criativa donde surge, dissecada, a forma enquadrada, e sucessivamente reenquadrada. A amplificação do olhar dá-se na multiplicidade universal do ponto de vista, que enforma e deforma, qual superfície concava, ou convexa, o mundo que vemos e vivemos.
Como em anteriores exposições, o artista automatiza, em explosão contida, a expressão plástica. Num momento ulterior, reorganiza, estrutura e dá forma à visão. o acto perceptivo, nesta mostra, é uma questão de escala - podemos inferir como evidência.
A presente incursão escrita pelas imagens «desdobrantes» de Eduardo Freitas, estende-se pela própria exposição, numa atitude metalinguística que penetra, de modo ambíguo e dífuso, as imagens expostas. Deste modo, Carlos Valente (eu) desafia a tripartição de funções ( artista, crítico, comissário) criando pontes entre a sua própria participação como observador «teórico» e a sua presença como actor/expositor, ao introduzir o vídeo como reflexão in loco e como ponto de vista - simultaneamente exterior e interior - em relação à obra de Eduardo Freitas.
Estas incursões partilhadas, no terreno minado da arte, permitem uma fluidez e indeterminação constante, bem características das operações de zoom. Este movimento óptico dá origem às imagens ora filtradas, ora alteradas, ora seccionadas, ora espelhadas que Eduardo Freitas propõe e que Carlos Valente comenta, verbal e visualmente.
Carlos Valente


A exposição é constituida por um conjunto de obras em suporte bidimensional, em técnica mista da autoria de Eduardo Freitas e por duas vídeo-instalações, " Ponto de vista #4 e Reflexão" de Carlos Valente.
"Zooming - Incursão em território minado", encontra-se patente ao público entre 8 de Junho e 17 de Agosto de 2007.

Museu de Arte contemporânea do Funchal





segunda-feira, 10 de agosto de 2009

““Ração para animais” - Bruno Côrte, Duarte Encarnação, Susana Figueira;


“Ração para animais” constitui-se como um processo criativo que ao longo de dois anos foi amadurecendo através de intermitentes, mas constantes permutas, de sentido criativo entre Bruno Côrte, Duarte Encarnação e Susana Figueira.
Desde o início ficou estabelecido que o fio condutor de todo o processo deveria incidir principalmente nas questões pessoais relacionadas entre o corpo como entidade de criação e as analogias com a natureza, comportamento, mutação e mecânica do entendimento pessoal sobre o estado criativo. Perante esta relação confrontam-se os papéis de artista e fruidor como animais numa mesma cadeia alimentar. […]

A exposição é constituída por fotografia, vídeo, escultura e uma instalação, que se encontram patentes ao público no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, do dia 13 de Abril e 26 de Maio do corrente ano.




Museu de Arte Contemporânea do Funchal